Discussões sobre a participação das mulheres negras na política e homenagem a Marielle Franco, marcam ato na Câmara Municipal de São Luís
O evento com o tema “a participação feminina na política: o desafio das mulheres negras”, ocorreu hoje (13), na sala da Câmara Municipal de São Luís e contou com o com o apoio de diversas organizações da sociedade civil, mulheres negras e não negras, além do apoio dos gabinetes dos vereadores Honorato Fernandes (PT) e Bárbara Soeiro (PSC). O ato também prestou uma homenagem aos dois anos da morte a Marielle Franco e Anderson Gomes, vereadora e motorista assassinados em 14 de março de 2018, na cidade do Rio de Janeiro.
Para Creuzamar de Pinho, representante da União Popular por Moradia e pré-candidata a vereadora pelo PT em São Luís, o evento foi marcado por justiça para Marielle, que representa as mulheres negras na política. “Nós queremos que os assassinos e mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, vão para cadeia e isso depende também de nossa agenda permanente nas ruas, isso é necessário, carregamos os sonhos e as lutas de Marielle. A voz da vereadora do PSOL do Rio de Janeiro ecoou e virou semente, salve a luta das mulheres negras, salve a luta de Marielle, vamos continuar transformando o luto em luta”, afirma.
Já para professora do departamento de serviço social da UFMA, Silvani Magali, a política institucional se constitui como um espaço complexo para as mulheres negras. “Nós, mulheres, negras, do campo e pobres temos muitas dificuldades de termos visibilidade nos lugares de fala, no ambiente político. Vale ressaltar também, o papel da mídia nesse processo, que muitas vezes, só reforça uma imagem deturpada da negritude”, disse.
A advogada e ativista dos direitos humanos, Mari-Silva Maia, apontou os desafios das mulheres negras, nos espaços de poder. “As mulheres negras são violentadas nos espaços de poder, seja nos cargos do executivo ou no legislativo. Quando pensamos sobre o caso da vereadora, Marielle Franco, avaliamos que sua luta e a forma trágica como foi retirada sua vida, deixou um legado, desencadeando um processo de fortalecimento das mulheres negras nos espaços eleitorais. Aqui em São Luís fomos para as ruas e questionamos quem mandou matar Marille e Anderson? A sociedade brasileira precisa saber”, disse.
Fonte: Equipe Creuzamar