Gazeta do Nordeste

Mais jornalismo, menos repressão!

NOTA DE REPÚDIO
O Fórum Maranhense de Mulheres vem a público manifestar de forma veemente, repúdio a decisão judicial em favor de Carlos Eduardo Nunes Pereira que cometeu feminicídio contra a sua ex-mulher, Bruna Lícia Fonseca Pereira e o assassinato de José Wiliam dos Santos.
A decisão judicial que reintegra à Polícia Militar do Maranhão, o citado feminicida foi proferida pelo juiz Nelson Melo de Moraes Rêgo, que surpreendentemente já foi titular da Vara Especial de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, o que denota a contradição da ação do Tribunal de Justiça no ato judicial proferido pelo citado Juiz.
Ao tomar tal decisão O Tribunal de Justiça do Maranhão desconsidera princípios da legalidade e a luta dos movimentos de mulheres para a punição de agressores e feminicidas, além de colocar em risco toda a população, ao reintegrar um servidor público que já demonstrou total desequilíbrio, ao assassinar duas pessoas. A reintegração e impunidade desse feminicida é a representação da cultura machista, patriarcal e misógina presente nas instituições públicas desse Estado que banalizam a violência contra as mulheres e suas vidas.
Os movimentos feministas aqui representados pelo Fórum Maranhense de Mulheres e entidades que agregam este coletivo têm insistido em dizer que não basta criar a Delegacia, a Casa da Mulher Brasileira e a Secretaria de Estado da Mulher, sem políticas públicas que concretizem mudanças substanciais nos posicionamentos machistas e misóginos do judiciário maranhense para assim mudar essa triste realidade.
O Fórum Maranhense de Mulheres, tendo na sua composição vários grupos de mulheres e feministas, reafirma seu compromisso com a luta pela igualdade de gênero, pela vida das mulheres e contra todas as formas de discriminação e injustiça que inferiorizam as mulheres. Assim, faz-se necessário que o Estado do Maranhão, por meio da Procuradoria Geral do Estado – PGE/MA, tome todas as medidas jurídicas para suspender essa absurda decisão judicial, proferida pelo juiz da Vara de Auditoria Militar que determinou a reintegração do acusado.
Justiça para Bruna Lícia Fonseca Pereira!! Por ela e por todas nós, precisamos transformar a realidade das mulheres no Maranhão!
Convocamos a sociedade e os movimentos sociais a se mobilizarem, a denunciar essa situação de impunidade e violência que vivemos.

Organizações que subscrevem o documento:

Fórum Maranhense de Mulheres                   Fórum de Mulheres de Imperatriz
Grupo de Mulheres Negras Mãe AndresaMarcha Mundial das Mulheres – MA
Grupo de Mulheres Negras Maria Firmina                   Sindomesticos- MA
ABDJ Núcleo MaranhãoConselho Estadual da Mulher- CEM
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS/MAColetivo de Mulheres do Maranhão Iêda Batista
CTB/MASecretaria de Mulheres da Fetaema
Núcleo Artístistico FeministasAgência Tambor
AMT – Ação da Mulher Trabalhista                               UNEGRO/MA
Coletivo Lélia GonzalesMovimento de Mulheres Olga Benário
GERAMUS                                                                    Secretaria Estadual de Mulheres do PT                    
NEGESFSecretaria Estadual LGBT do PT/MA
WE Women – Women Empowering Women                 Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo
MLÉSBIMA- Mulheres Lésbicas e Bissexuais do MaranhãoColetivo de Mulheres por Elas Empoderadas   
Coletivo MamaputoSecretaria Estadual de Cultura do PT
Instituto Pedra RaraMulheres Unidas Cidade Nova
Centro de Estudos e Pesquisa Visão do FuturoGUME/União de Mulheres Empreendedoras
Rede de Mulheres Negras do Maranhão – RENEGRAInstituto Mulheres Resgatando Vidas e Rompendo em Fé.
MANÁ – Alimento da vidaResistência Feminista
Movimento Desperta ComunidadeCentro  Matriz- Cemaps
Resistência Cultural Upaon Açu- Re(o)cupa.Sindhoteis- Ma
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Mulheres e Relações de Gênero – GEMGe/UFMAGrupo de Estudos e Pesquisas Gênero Sexualidade nas Práticas Educativas –  GESEPE
Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB 

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